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Obrigado pelo relato. O que você fala me lembra de um amigo meu, que teve uma fase católica (desses de casar virgem), e namorou com uma moça assim também na faculdade. Acabou não dando certo, quer dizer, eles se separaram, e o foco desta jovem era estudar para um concurso extremamente concorrido, então acabou o deixando de lado, em vez de gastar a sua única "bala" com ele (no cristianismo tradicional, a união é indissolúvel; boa sorte descobrindo que casou com uma bipolar).
Ela tinha inteligência e autocontrole acima da média; ambos eram brancos jovens estudando uma faculdade renomada. Mas o que me chama a atenção na personalidade dela é haver traços de personalidade pouco comuns: baixíssima libido e altíssima sensibilidade ao nojo (
disgust sensitivity em psicologia). Esse amigo conversava com esse assunto conosco, dizendo que ela seria do tipo de mulher que faria sexo mantendo olhando para o teto, de uma frieza cadavérica, apenas para gerar filhos. Em suma, era uma falta de amor, uma incapacidade de experenciar as emoções da vida. Esse jeito robótico era até nos estudos, já que ela era uma “decorebeira”.
Quando eu era cristão, veio-me essas ideias na cabeça de que esse era o tipo de pessoa que seria salvo, gente de uma apatia e falta de vitalidade, uma espécie de cansaço existencial. Quando, para salvarmos o Ocidente, precisássemos de uma injeção de adrenalina e vitalismo na pessoa, de reviver o sentido da vida, de "touching the grass", como se diz. Mesmo assim, me parecia mais desejável o cristão ter mais testosterona, mais vitalidade e pecar mais (arriscando ir para a tortura eterna) para no fim ser salvo. Por esse mesmo motivo, eu me sentia mal em pôr filhos no mundo, sendo que seria muito melhor nem nascer do que a chance de ser torturado pela eternidade (sem falar que o paraíso era “para poucos”).
Uma coisa que me chama a atenção é que mesmo quando os cristãos defendem a religião cristã como base da nossa civilização, eles quase sempre usam argumentos materialistas. É sempre a crença e as instituições cristãs que mudariam a realidade e não uma fonte de poder sobrenatural, esotérico, uma espécie de Vril, que tornaria o adepto da religião mais poderoso ou evoluído. Em suma, o cristianismo parecia-me um programa de medo e de ódio à vida (isso, por si só, não refuta o cristianismo, mas eu descobri mais coisa depois que estou traduzindo). Por isso que nunca nos tornaremos livres de nossos opressores sem uma elite pagã organizada em sociedades secretas.
Eu não sei quais são as particularidades pessoais que você tem... Eu acredito muito que a tecnologia piorou a vida das pessoas ao encher tudo de plástico, hormônio e outras porcarias (vide os textos do pagão Eduardo Velasco,
Estrogenização, Leite, Álcool e Íons Positivos e
Os Benefícios do Jejum). Parte disto é mesmo da nossa personalidade, mas eu acho muito improvável que uma pessoa tenha depressão ou fadiga/baixa libido se mantiver com uma dieta equilibrada, exercício e expurgando toxinas e hábitos ruins do corpo. E isso melhora o espiritual, também.
No fim, eu acho que você acaba até assumindo essa culpa cristã do sexo pela culpa de não sentir nada. Mas esses sintomas, me arrisco dizer, são sinais de uma saúde que precisa revigorar. Quando você melhorar, tudo melhora junto; tudo isso pode vir junto de exercícios espirituais, como ioga ou algo do tipo. Não é necessário toda essa autocrítica não, todo esse remoer de sentimentos. É o que eu acho, pelo menos. Fique com os Deuses.
